Violins – A Redenção dos Corpos (2008)

junho 22, 2008 at 12:19 pm (Música Brasileira, Violins)

 

https://i0.wp.com/img211.imageshack.us/img211/7531/rdcpn5.jpg

O bem e o mal são uma dualidade presente há muito nos discos da Violins, assim como o som um tanto melancólico. Mas a banda goiana de rock incutiu um elemento novo em forma e conteúdo em A Redenção dos Corpos (Monstro Discos), quinto CD que o quarteto exibe hoje em show no Bolshoi Pub. O CD será levado ao palco na íntegra pela primeira vez, mas já ganhou de forma inédita no cenário roqueiro do Estado um lançamento oficial no portal MySpace, a principal vitrine musical da internet.

O novo álbum da Violins traz novidades em forma porque, numa das duas partes, o repertório é permeado por programações eletrônicas viajantes, na escola batizada de trip hop, de bandas como Portishead e Massive Attack. E o conteúdo de mal-querências da humanidade que o grupo sempre cantou tem agora uma temática espiritual, religiosa mesmo, mas com alta carga de questionamentos. Dúvidas, no dizer de Beto Cupertino, guitarrista, cantor e letrista da banda. “Sempre achei estranha essa coisa de existir muitas religiões, muitas igrejas e a mediação delas entre a fé e os homens. Há algo errado quando se tem tantas verdades em nome de uma coisa só, mas não nego a existência e até a necessidade de espiritualidade das pessoas”, comentou o músico, que tem especialização em Filosofia.

A maioria das 14 novas faixas trata da relação homem e fé, mas nunca por um prisma contemplativo. Os títulos sugerem que tipo de versos “religiosos” Beto Cupertino canta em duas partes sonoras distintas no álbum: A Guerra Santa, Entre o Céu e o Inferno, Padre Pedófilo, Longo Karma. Até a sétima faixa do disco (Manobrista de Homens, de um refrão curto e poderoso), a Violins mostra um som que, segundo Beto Cupertino, foi pensado inicialmente para ser feito apenas de violão e voz.

São músicas sem guitarra distorcida, de melodia conduzida por um violão acústico (de Cupertino) ou por um piano inspirado de Pedro Saddi (condutor também das belas ambientações programadas). A cozinha entrosada de Thiago Ricco (baixo) e Pierre Alcanfor (bateria) completam um conjunto que exibe a Violins em sua melhor forma e com o disco mais bem resolvido da carreira. Na segunda parte do CD está a parte banda do repertório, com todos interagindo juntos e retomando a levada emulada do rock inglês que faz a fama do quarteto. Na produção, voltaram a contar com Gustavo Vazquez.

Beto Cupertino diz que não foi pensando no episódio Radiohead (que propôs aos fãs a compra de seu último CD pela net), mas, antes de receber o convite de Luiz Cesar Pimentel (editor do MySpace Brasil), a Violins já tinha disponibilizado todo o disco em seu site para os fãs. A estratégia foi colocar uma faixa a cada 24 horas para download gratuito durante duas semanas de fevereiro. Ela acha A Rendenção dos Corpos o disco melhor divulgado da discografia por ora.

Edson Wander

Confira: http://www.mandamais.com.br/download/?codigo=kuoi2342008175222

Link permanente 1 Comentário

Violins – Tribunal Surdo (2007)

maio 19, 2008 at 10:35 am (Música Brasileira, Violins)

Em seu 3º disco, o Violins apresenta uma série de novidades. A começar pela formação da banda que passa agora a ser um quarteto, regido apenas por uma guitarra. Tribunal Surdo é, sem dúvida, o disco mais sólido da carreira da banda. Nele são narrados de forma explícita e visceral os conflitos diversos que povoam o imaginário popular e o cotidiano urbano de cidades caóticas. Marginais em seqüestros relâmpagos, maridos bêbados batendo em esposas, soldados perdidos em guerra, grupos de extermínio disseminando ódio, loucos sendo arrastados para hospícios… tudo em músicas diretas, construídas com arranjos enxutos que privilegiam a guitarra.

 

Confira aqui ->http://www.mandamais.com.br/download/?codigo=djcd1152008211424

Link permanente 1 Comentário

Violins – Grandes Infiéis (2005)

maio 11, 2008 at 9:26 pm (Música Brasileira, Violins)

Violins…

Pois não ando ouvindo outra coisa mesmo ultimamente. E como estou bem sem tempo de escrever vou na velha história do Ctrl + C Ctrl + V mesmo, e é claro, com os devidos créditos. Esta resenha foi retirada do site http://www.screamyell.com.br . Na verdade eu recortei-a pois não concordava com as críticas que existiam com relação aos trabalhos anteriores da banda. Virei fã mesmo. Mas não é a tôa. É só dar uma chance e o som da Violins fisga qualquer ser musicalmente obstinado. Em breve os outros dois discos da banda. Aguardem…

//www.screamyell.com.br/musicadois/violins_infieis.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Grandes Infiéis, o terceiro álbum da banda Violins, lançado novamente pela Monstro Discos, clama por atenção. Uma audição das doze faixas já deixa o ouvinte confuso, seja ele fã da banda ou alguém que não dava a mínima atenção ao quinteto. O Violins novamente muda de rumo e preenche o CD com doses violentas de guitarradas, bateria pesada marcando o ritmo e fazendo variações, baixo forte e, sobre tudo isso, o bom vocal de Beto Cupertino desfilando as melhores letras do rock nacional em muito, muito tempo.

A influência primordial ainda é o Radiohead, mas o Violins consegue construir melodias fortes e empolgantes que conseguem baixar a luz sobre a influência e iluminar o bom repertório de um disco que soa musculoso, violento, bem escrito e extremamente antipopular. Sim, antipopular. Primeiro pela temática tabu (traições, infidelidade, mentiras) e depois pela qualidade das letras, que funcionam mesmo sem a melodia. Num País em que Paulo Coelho é recordista de vendas de livros, ser um bom escritor pode não ser lá altamente popular.

Porém, Grandes Infiéis está no nível de outros álbuns antipopulares, como por exemplo Ok Computer e Yankee Hotel Foxtrot, discos difícieis demais para a grande massa, acostumada a quem rima “amor com dor”, mas pequenas obras primas de um mundo hiper-maxi-pessoal-e-minusculo: o dos grandes discos de rock, pequenas jóias musicais. Grandes Infiéis é um trabalho fechado e completo que já se destaca pela belíssima capa, que traz o desenho de uma gaiola aberta, sem o nome da banda nem foto nem título.

Grandes Infiéis abre com duas cacetadas: Hans e Il Maledito. A primeira é explosiva e traz uma parede de guitarras que serve para ambientar o ouvinte pelo que será ouvido nos próximos 44 minutos. “Todos já viram a loucura pura / Eu quis beber pra então sorrir / Mas a dose me fez trair”, canta Beto Cupertino. A bateria de Pierre parece querer disputar destaque com a guitarra de Léo. Il Maledito destaca uma das melhores letras do álbum e uma levada que parece demonstrar que a banda anda ouvindo muito Queens on The Stone Age. “O que me mantém é o contato com o inferno”, abre a letra. Lá pelo meio a melodia acelera e empolga: “Então um viva à insensatez”.

Boas guitarras abrem Glória, que é mais leve que as duas anteriores, e traz outra de letra excelente: “Eu sei que o mundo não comporta mais deuses / E sei que o amor não me suporta mais vezes”. O segundo trecho é matador: “Prefiro morrer sob o sol de cerrado / A ter que dizer o que eu tinha pensado / Sobre os murros que seus olhos pedem / E sobre as rugas que você me tece”. Atriz começa lenta e explode em barulho. Fala de suicídio, confiança e sinceridade.

Ensaio Sobre Poligamia traz bons riffs de guitarra, bateria marcada e letra direta: “Nós só viemos pra nos divertir / Deus, eu quis ser fiel a você / Mas eu tenho tantos corações / Eu tenho tantos corações”. Vendedor de Rins traz um dos começos mais lentos do álbum e uma letra a ser descoberta, enaltecendo o lado bom de um vendedor de rins. S.O.S. tem bateria quebrada e letra simples: “É bem mais fácil se eu mentir / Ninguém vale o outro mas a culpa é igual”. Bons vocais e muitas guitarras no meio.

Matusalém segue na linha das duas faixas de abertura. Guitarras ensurdecedoras, bateria brigando por destaque, vocal enterrado na mixagem. Angelus é a primeira conduzida por teclados, que mais fazem a cama do que conduzem, ao contrário de Aurora Prisma, o disco anterior. Porém, no clima Grandes Infiéis, a música ganha corpo e emociona. Fala sobre Deus, tem vocais anos 60, mas me lembro muito Clube da Esquina. Funciona, e bem.

Nada Sério é construída sobre piano e guitarras. Assim como outras no álbum, começa suave e explode no final. Convênio começa com um bom riff de guitarra, mas a bateria insiste em martelar pesada nos dois lados do fone. “Nos traga inverno ou outono, tanto faz, é no verão que chove mais”, diz a letra. Os violões, acompanhados por uma arranjo de cordas, marcam presença em Ok, Ok, faixa que encerra Grandes Infiéis de forma épica: “Sobrou pra mim / A felicidade sempre ofende / Mas tristeza demais cansa / Bem, que se fodam os ofendidos!”.

Antipopular, bem gravado e genial, Grandes Infiéis exibe uma banda madura, que soube criar um excelente repertório próprio, e não cochila sobre elogios. Quem esperava um Aurora Prisma 2 deve estar se sentindo enganado. Tudo bem. Estamos exatamente diante de um pequeno tratado sobre mentiras (de amigos, de religiões, de nós mesmos) envolto em 44 minutos de boas guitarras, baterias marcantes e letras excelentes. É preciso coragem para perdoar. É preciso perdoar para seguir em frente. Sinta-se em casa.

 

 

Confira esta cassetada clicando neste link – > http://www.mandamais.com.br/download/?codigo=pd9d115200820371

Link permanente Deixe um comentário

Violins – Aurora Prisma (2003)

abril 25, 2008 at 12:25 pm (Música Brasileira, Violins)

https://i0.wp.com/www.pensamentoscirculares.blogger.com.br/cover-auroraprisma-big.jpg

A exceção reina neste espaço. Sempre há bons motivos pra exceções. É o caso desta banda sensacional de Goiânia, Violins. Há muito que eu ouvia falar deles. O terceiro disco, Tribunal Surdo, considerado sua obra-prima, figurava em todas as listas de melhores do ano em 2007. Mas mesmo assim não tinham me chamado a atenção. Então, no início de 2008, Bruno Cupertino e seus comparsas lançaram a Redenção dos Corpos, disco conceitual, dividido em duas partes. Baixei a primeira parte e mais uma vez não me seduziu à primeira audição. Mas ficou pendente na minha coleção a segunda parte do disco. Coisa que eu sou meio encanado é ficar com obras incompletas no HD. Mesmo que as possua apenas para registro. E então, na semana passada, baixei o que faltava da Redenção dos Corpos e, depois de ler muitos elogios ao disco e à banda, resolvi carregar no MP3 pra mais uma tentativa. O que aconteceu depois é que faz uma semana que não ouço outra coisa. Baixei os outros 3 disco da banda, a começar pelo primeiro Aurora Prisma, que é totalmente diferente dos demais, e é o meu preferido até agora. Lembra-me A tempestade da Legião Urbana, pela melancolia. É um disco sensacional que vocês vão poder conferir. Na minha humilde opinião, não há banda de rock em atividade no Brasil mais interessante que o Violins.

Confira: http://www.mandamais.com.br/download/?codigo=k2a3244200817584

Link permanente Deixe um comentário